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  • Writer's pictureAngèle Berdat

Câncer de próstata: exame mais preciso pode reduzir em até 30% biópsias desnecessárias



PHI indica probabilidade de paciente ter biópsia de próstata alterada

Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam que em 2020 serão diagnosticados cerca de 65 mil novos casos de câncer próstata no Brasil. No mês em que, mundialmente, é reforçada a importância do diagnóstico desse tipo de câncer em fase precoce, a médica patologista dos Laboratórios DMS Burnier, Juliana Costa, chama a atenção para um exame que é capaz de avaliar com mais precisão o risco de um paciente ter câncer de próstata e reduzir em até 30% o número de biópsias para a confirmação da doença. Trata-se da análise do índice de saúde prostática (PHI, na sigla em inglês), que associada às análises tradicionais, traz mais precisão sobre o risco de o homem desenvolver ou não o câncer de próstata. “Em casos suspeitos, a recomendação é fazer uma biópsia do tecido prostático. No entanto, a biópsia é um procedimento invasivo que, em muitos casos, apresenta resultado negativo para o tumor”, esclarece.

O médico urologista Rafael Stopiglia lembra que não existe prevenção para o câncer de próstata. No entanto, quando diagnosticada nos estágios iniciais, a doença tem índice de cura em torno de 95%. “Vários estudos realizados com o objetivo determinar a prevenção desse tipo de câncer se mostraram inconclusivos. Por isso, o nosso foco é todo voltado para a detecção precoce, considerando que quanto antes ele for diagnosticado, melhores são as chances de cura”, afirma.

A suspeita diagnóstica do câncer de próstata é feita, basicamente, pelo exame de toque retal e pela avaliação dos níveis no sangue de uma proteína produzida pela próstata, o antígeno prostático específico (PSA). Mas o diagnóstico formal só pode ser feito por meio de biópsia. É nessa etapa da investigação que a realização do PHI pode evitar as biópsias desnecessárias, de acordo com a patologista do DMS Burnier. “O PHI é um cálculo que indica a probabilidade de o paciente ter uma biópsia de próstata alterada. Um resultado de índice baixo significa baixa probabilidade de biópsia alterada. Se os dados clínicos sugerirem baixo risco de câncer, a biópsia pode não ser realizada. Já um índice alto significa alta probabilidade de biópsia de próstata alterada, reforçando a sua necessidade”, esclarece Juliana.

Dois fatores, de acordo com Stopiglia, estão relacionados com o risco mais elevado de desenvolver a doença: a presença da testosterona, o hormônio masculino, e a idade, uma vez que a incidência aumenta significativamente após os 50 anos. “O grande fator diferencial é a herança familiar. É sabido que se o indivíduo teve um familiar próximo, como pai ou irmão, que tenha tido a doença, sua chance de também ter dobra. Se forem dois familiares, a chance quintuplica”, adverte o especialista. Nos grupos de maior risco para avaliar a probabilidade de desenvolver a doença, indica-se o rastreamento com exame de toque retal e dosagem do PSA no sangue. O PHI é indicado para estratificação de risco, aplicando-se para homens a partir de 50 anos, com exame de toque retal normal e com PSA total entre 2,0 e 10,0 ng/mL.

A doutora Juliana ressalta que o PSA sozinho tem limitações para identificar o tumor na próstata. Os níveis altos podem aparecer em diferentes situações como após andar de bicicleta ou a cavalo, atividade sexual recente, infecção da glândula, toque retal e colonoscopia. Já o PHI é um teste que avalia três formas diferentes da molécula do PSA no sangue (PSA total, PSA livre e p2PSA). Uma equação matemática calcula a relação entre os três marcadores para dar um resultado que pode indicar a presença de tumor. “O PHI, no entanto, não substitui a realização do toque retal e do PSA tradicional. Ele serve mais como um complemento importante para evitar a realização de procedimentos invasivos sem necessidade”, complementa.

Os especialistas alertam para o fato de que, principalmente nos estágios iniciais, a doença é assintomática. Porém, os homens devem estar atentos aos sinais e sintomas que podem ser semelhantes às doenças benignas da próstata: dificuldade de urinar, demora em iniciar e finalizar o ato urinário, presença de sangue na urina, diminuição do jato urinário e necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Por isso, reforçam a importância do acompanhamento médico e do rastreamento com exame de toque retal e a dosagem do PSA no sangue nos grupos de maior risco.

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