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  • Writer's pictureAngèle Berdat

Especialista explica, ainda, os mitos e verdades do tema Covid-19

Pandemia: nutricionista fala sobre como se alimentar bem


A pandemia do coronavírus trouxe muitos desafios. Entre eles, o de se alimentar com segurança e de forma saudável, mesmo passando muito tempo em casa, onde ficamos mais suscetíveis a guloseimas variadas e com horários de alimentação menos regulados. Reduzir os riscos de contaminação ao cozinhar em casa, unir o home office com a rotina de crianças fora da escola e fugir das tentações são tarefas mais difíceis do que aparentam. E, segundo a coordenadora de nutrição clínica do Vera Cruz Hospital, Adriana Passos Cardoso, exigem muito poder de adaptação. “Planejamento e organização são o começo de uma alimentação correta. Durante a pandemia, vimos pacientes que nem sequer sabiam como fazer uma compra no supermercado. Foi preciso muita adequação nesses cinco meses, tempo bem considerável, e que ainda deve permanecer por mais tempo, já que muitas famílias ainda não têm previsão de volta às aulas para os filhos esse ano”, explica.


Segundo a especialista, optar pelo saudável começa já na lista do mercado: pode até incluir guloseimas, mas com moderação. “Vivemos um momento de muita ansiedade e não é a hora de se privar de comer qualquer coisa, ou começar alguma dieta rígida, mas é importante lembrar que as consequências já estão aparecendo, afinal, todos temos alguém por perto se queixando de ganho de peso na pandemia”, afirma. “Os adultos, assim como as crianças, comem o que têm em casa, então, cuidado com as suas escolhas. Elas devem ser corretas já no supermercado, e não depois que já estão no armário. Diminuir o consumo de alimentos industrializados, selecionar fornecedores e fazer escolhas corretas são um bom começo”, alerta.


Outra preocupação, segundo Adriana, é o consumo de bebidas alcóolicas, que teve aumento no isolamento e que pode contribuir para a obesidade. Segundo pesquisa divulgada em julho e realizada em parceria pela Unicamp com a Fundação Oswaldo Cruz, 24% dos brasileiros admitiram estar consumindo mais álcool durante o período de isolamento social em razão das sensações de tristeza ou depressão. “O álcool tem uma eficiência maior em se transformar em gordura, por isso, alertamos para o teor alcóolico, seja qual for a escolha. Além disso, é importante lembrar que homens e mulheres têm organismos diferentes, portanto, a ingestão também deve ser de forma diferenciada”, diz. De acordo com Adriana, os perigos dos excessos chamaram a atenção da OMS (Organização Mundial da Saúde), que orientou governos e empresas a reduzirem a venda deste tipo de produto durante a quarentena.


Mitos e verdades da imunização

Sobre o fortalecimento da imunidade, ele deve ser considerado nas escolhas alimentares individuais, segundo a especialista. “Ouvimos muitos palpites e sugestões sobre o tema durante a pandemia e não são reais. Houve um grande aumento na procura por vitaminas C e D, por exemplo, mas a suplementação de nutrientes, vitaminas e até probióticos é individual. Elas podem até ter ação nesse período, mas não vão prevenir, nem blindar contra o coronavírus”, avisa.


A nutricionista deixa ainda dicas para os pais, salientando que disciplina não precisa caminhar de mãos dadas com restrições mais exigentes. “Rotina e disciplina são a solução. Quem decide é o adulto. Então, novamente, cuidado com o que entra em casa. Não rotular os alimentos é importante nesse momento, assim como as escapadinhas controladas podem acontecer, mas criar hábitos diários podem ajudar nesse equilíbrio como, por exemplo, um cardápio semanal que inclua todas as refeições”, explica.


O que é indicado comer, então? Segundo Adriana, a nutrição é um tema individual e que leva em conta sexo e idade. “Nada pode ser generalizado, nem mesmo a alimentação, afinal, todos temos gostos e necessidades fisiológicas diferentes. Procure um especialista se precisar de ajuda”, explica.

Perspectiva futura preocupa

O fim da pandemia, na visão de Adriana, deve trazer outro problema, ainda mais grave do que as alterações alimentares: a busca pelo “corpo perfeito”. “A procura a todo custo pelo emagrecimento e pela vida saudável que deve acontecer nos próximos meses é um fator preocupante. Dietas milagrosas, pílulas potentes e novas modalidades de atividades físicas podem se tornar um perigo. Cuidado com o radicalismo e com as soluções fáceis. Se a gente pode levar como lição da pandemia é a mudança de hábitos e escolhas”, reforça.


Sobre o Vera Cruz Hospital

Em 76 anos de existência, o Hospital Vera Cruz é reconhecido pela qualidade de seus serviços, capacidade tecnológica, equipe de médicos renomados e por oferecer um atendimento humano que valoriza a vida em primeiro lugar. O Vera Cruz dispõe de 167 leitos distribuídos em diferentes unidades de internação, em acomodação individual (apartamento) ou coletiva (dois leitos), UTIs e maternidade. A Instituição conta também com setores de Quimioterapia, Hemodinâmica, Câmara Hiperbárica Monoplace, Radiologia (incluindo tomografia, ressonância magnética, densitometria óssea, ultrassonografia e raio-x), e laboratório com o selo de qualidade Fleury Medicina e Saúde. Em outubro de 2017, a Hospital Care tornou-se parceira do Vera Cruz. Em pouco mais de dois anos, a aliança registra importantes avanços na prestação de serviços gerados por investimentos em inovação e tecnologia. Em médio prazo, o grupo prevê expansão no atendimento com a criação de dois novos prédios erguidos na frente e ao lado do hospital principal, totalizando 17 mil m² de áreas construídas a mais. Há 30 anos, o Vera Cruz inaugurou e mantém a Fundação Roberto Rocha Brito, referência em treinamentos e cursos de saúde na Região Metropolitana de Campinas, tanto para profissionais do setor, quanto para leigos, e é uma unidade credenciada da American Heart Association.



Nutrição e Covid-19

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