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  • Writer's pictureAngèle Berdat

Lives sobre direitos sexuais e reprodutivos abordam assuntos de interesse dos jovens

Matéria concedida pela FEAC, para falarmos sobre sexualidade na semana que se comemorou o dia do sexo (9/9/2020).




A iniciativa foi solução para a suspensão das ações presenciais do projeto que forma jovens para serem multiplicadores de informações sobre educação em sexualidade.

(Por Ingrid Vogl)

Com a suspensão das ações presenciais para o cumprimento do isolamento social devido à pandemia da Covid-19, projetos precisaram ser revistos e reorganizados. E assim aconteceu com o Jovens Mobilizadores/as pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos, que criaram um canal de comunicação online para dar continuidade à multiplicação de informações sobre sexualidade, prevenção e direitos. De 17 de abril a 18 de agosto, a equipe do projeto produziu 19 lives que reuniram 1.123 participantes e renderam 1.588 visualizações. Toda sexta—feira às 16h, a live “Jovens precisamos falar de prevenção” vai ao ar pelo canal da ONG Reprolatina no Youtube (https://www.youtube.com/user/Reprolatina) com discussões de interesse de jovens e adolescentes e que permeiam temas ligados a saúde sexual e reprodutivos,  prevenção, direitos e outros assuntos relacionados como gênero, masculinidade, racismo, diversidade sexual etc.  Com duração de uma hora, as lives do projeto são temáticas, informativas e tem a proposta de gerar discussões e o esclarecimento de dúvidas dos participantes. A ideia das lives surgiu porque o desenvolvimento das ações presenciais do projeto foi suspenso por tempo indeterminado devido à pandemia. Segundo Rodrigo Correia, coordenador dos Jovens Mobilizadores, mais do que ampliar a possibilidade de mais pessoas participarem das discussões, inclusive de outros locais além de Campinas, as lives são produções de conteúdo que ficam disponíveis para quem tiver interesse pelos temas, além de serem subsídios para outras ações do projeto, como a capacitação de profissionais. “Incorporamos esta ação à distância com o objetivo de manter a discussão dos assuntos abordados no projeto chegando até os jovens. Neste processo, fomos nos aprimorando, e das primeiras lives no Instagram passamos a transmitir ao vivo pelo Youtube. Para cada live pensamos e discutimos os temas, a construção dos roteiros, se teremos convidados e a própria participação dos jovens mobilizadores, mesmo que seja por meio de perguntas gravadas e que são reproduzidas durante a live”, afirmou Rodrigo. O planejamento é que as lives sigam até dezembro ou retorno das ações presenciais. Para Tatiane Zamai, líder do programa Juventudes, da Fundação FEAC, do qual o Jovens Mobilizadores faz parte, o maior desafio do projeto é implantar uma metodologia sustentável e eficaz em saúde sexual e reprodutiva para/com adolescentes e jovens no município de Campinas e beneficiar o maior número de pessoas, principalmente adolescentes e jovens, com informação, educação e prevenção aos temas ligados a educação integral em sexualidade (EIS). “A pandemia nos trouxe muitos desafios e algumas limitações, especialmente no que diz respeito ao acesso dos jovens de baixa renda a internet, entretanto as redes sociais são uma importante ferramenta e tem sido possível avançarmos no desafio que nos está posto de novas formas, que certamente continuarão sendo exploradas, mesmo após a pandemia”, disse. De Campinas para Minas Um dos desafios da equipe do projeto é trazer cada vez mais jovens mobilizadores para participarem das discussões online, já que a metodologia usada na iniciativa investe no protagonismo juvenil e no diálogo de jovem para jovem. Ingryd Daphyne de Almeida Reis, 19 anos, que participou do projeto em 2018, deixou a timidez de lado e aceitou o desafio de participar das lives e de todo o processo de produção e divulgação das ações. Com um detalhe: ela se mudou de Campinas há um ano e mora em São Gotardo, Minas Gerais. “Quando me mudei, pensei que estava tudo acabado e que não conseguiria mais participar do projeto, mas foram justamente as lives que me deram a oportunidade de voltar a atuar como jovem mobilizadora. Eu participo ao vivo como convidada, ajudo a construir os temas a serem debatidos, divulgo nas redes sociais”, contou a jovem, que confessou sentir vergonha somente na primeira participação. “Minha família e amigos estavam acompanhando e eu lá, falando sobre sexo. E foi muito bom, porque tenho consciência de que estamos levando informação para pessoas que não têm muito acesso a esse tipo de assunto. Elas nos ouvem e sempre acabam aprendendo algo e isso inclusive pode evitar problemas como gravidez indesejada ou infecções sexualmente transmissíveis. Tem dado resultado, porque as pessoas comentam que nunca souberam de vários assuntos abordados nas lives. Fiquei muito surpresa porque minhas amigas daqui não sabiam sobre direitos sexuais e reprodutivos, e agora acompanham as lives toda sexta”, contou.   Victor Oliveira, 21 anos, é aluno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) e desde abril participa do Jovens Mobilizadores com um detalhe curioso: nunca participou de um encontro presencial do projeto, mesmo sendo ativo nas lives. Apesar disso, Victor já sabe muito bem qual é seu papel no projeto. “Pra mim, ser jovem mobilizador é ser curioso, pró ativo, se colocar e também ser bom ouvinte e principalmente acreditar em mudanças, por mais impossível que possa parecer essa mudança”, frisou. Logo que os temas são definidos, Victor procura pesquisar e estudá-los e contribui com colocações e comentários que enriquecem e complementam as discussões no chat enquanto a live acontece. “Acredito que as lives são importantes porque abordam assuntos com responsabilidade e embasamento, principalmente nos dias atuais em que estamos cercados por fake news”, analisou. Segundo Victor, sempre há discussões sobre como aconteceram as lives, e nestes momentos é possível avaliar o resultado das discussões online. “Acho que o impacto é em relação ao diálogo, em relação a atingir as pessoas para que elas se sintam mais preparadas e confortáveis de abordar esses assuntos em família. As informações dão subsídios para o jovem que não tem a oportunidade de conversar com pais, ou não tem liberdade de dialogar sobre um tema relacionado ao corpo e sexualidade, ou o pai que nao tem muita informação sobre assunto e nao sabe conversar com filho”, explicou. Discussão virtual Julia Elisa Marques Martins, estagiária do projeto Jovens Mobilizadores, é a responsável por fazer as chamadas nas divulgações em redes sociais para as lives. Descontraída e com experiência em comunicação com adolescentes e jovens, ela fica muito à vontade em frente à câmera. “Um dos grandes diferenciais das lives é que sempre fazemos questão que os participantes conversem e entrem nas discussões, e isso é um grande estímulo”, disse. Julia contou que apesar da experiência com ações online ser nova, tudo deu certo e houve consonância entre a equipe para desenvolver o trabalho.  “No início não sabíamos muito como fazer, fomos testando, aprimorando, e uma coisa leva a outra. Assim chegamos a um público que não conhecia o projeto e começou a nos acompanhar”, afirmou. Para Julia, a preocupação com a qualidade das informações e a devolutiva dos participantes é primordial, e é o que garante discussões com pontos de vista e formas diferentes de ver o mundo. “Essa troca é muito rica e estamos sempre abertos a isso. As pessoas têm a oportunidade de expandir o pensamento sobre vários assuntos”, explicou.   Como nem sempre os jovens que participam do projeto podem acompanhar as lives ao vivo devido a problemas com horários de aulas online, a iniciativa criou outras ações como as rodas de conversa virtuais, onde os jovens mobilizadores podem dar suas opiniões sobre os temas abordados nas lives, elaborar perguntas e assim, se sentirem encorajados  a dar o ponto de vista deles sobre os assuntos. Outra ação incorporada pelo projeto foi a produção de webinares, com o objetivo de contribuir com a revisão e/ou atualização dos/as profissionais capacitados e melhora das suas práticas com relação aos temas ligados à saúde sexual e reprodutiva. Além da participação dos/as profissionais do projeto, a divulgação é feita nas redes sociais da Reprolatina e do projeto para que outros/as profissionais interessados possam se inscrever e participar. A metodologia tem sido convidar um/a profissional com experiência no tema a ser abordado, para que através de uma apresentação o conteúdo e informações seja transmitido aos participantes e ao final possa ocorrer um debate e esclarecimento de dúvidas. Até agora, foram realizados cinco webinares com a participação de 158 profissionais. Os temas abordados foram: Bulliyng e CyberBulliyng, Anticoncepção na adolescência, Diversidade Sexual e Homofobia, A saúde mental de adolescentes e jovens em tempo de COVID-19 e Violência de Gênero. Estão previstos até o final do ano mais três webinares. Jovens mobilizadores O projeto Jovens Mobilizadores atua em 14 territórios de Campinas considerados de alta vulnerabilidade social. Desde 2017, quando teve início, a iniciativa já beneficiou mais de 22 mil pessoas – principalmente adolescentes e jovens – com informações sobre educação, prevenção e mobilização em temas de saúde sexual e reprodutiva. Com uma metodologia participativa e envolvente, o objetivo do projeto é capacitar jovens e profissionais das escolas, Organizações da Sociedade Civil (OSC) e Centros de Saúde, que são parceiros da iniciativa, para atuarem como mobilizadores, realizando ações informativas que envolvem educação, prevenção e mobilização em temas de saúde sexual e reprodutiva. A promoção e defesa dos direitos sexuais e reprodutivos, e a discussão de políticas públicas de juventudes na área da Educação Integral em Sexualidade também são foco do projeto. Munidos de informações, jovens e profissionais que participam do projeto atuam principalmente nos territórios com vulnerabilidade social, contribuindo para a diminuição de gravidez não planejada, que em 2017 chegou a 20% entre meninas de 12 e 14 anos em Campinas. A iniciativa também atua para a prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), incluindo o HIV-Aids; a violência de gênero e o bullying entre adolescentes e jovens. Em cada território, o envolvimento dos parceiros locais é essencial para a realização das ações, capacitação dos jovens e alcance dos resultados que são construídos por meio da rede de promoção e defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos. Atualmente, a iniciativa tem mais de 40 parceiros entre escolas, OSC e Centros de Saúde. O projeto Jovens Mobilizadores é realizado em parceria com a Reprolatina e faz parte do programa Juventudes, iniciativa da Fundação FEAC, que investe na criação de espaços de participação e aprendizado social, autogeridos por jovens, com o intuito de incentivar a participação social propositiva e engajada com o desenvolvimento humano.

Saiba mais: https://www.feac.org.br/juventudes/ https://www.facebook.com/Reprolatina/ Matriz: Av. Mackenzie, 1835, 2º e 10º andares, Vila Brandina, Campinas/SP, CEP 13.092-523 Filial: Av. Mackenzie, 1835, 7º andar, Vila Brandina, Campinas/SP, CEP 13.092-523 Telefone: (19) 3794-3500



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